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ESTUDO DE CASO
Simple Cycle
Uma tentativa de diversificar as locomoções urbanas e diminuir o congestionamento das vias num cenário pós pandêmico.
MEU PAPEL
SOLO - projeto de conclusão de curso “Profissão: UX/UI Designer” pela EBAC
DURAÇÃO
(2023) Julho - Dezembro
SOFTWARES
- Figma
- Notion
INTRODUÇÃO
Desafios e Oportunidades do Ciclismo Urbano Após a Pandemia
Após a pandemia do Covid-19, surgem reflexões sobre nossos comportamentos, hábitos e estilo de vida. Nesse contexto, novas tendências na mobilidade urbana, especialmente em grandes cidades, surgem como forma de desaforgar o trânsito, trazer mais liberdade e saúde para as pessoas.
Estudos recentes evidenciam o crescente interesse em adotar a bicicleta como principal meio de locomoção. Entretanto, obstáculos como segurança, infraestrutura e regulamentação limitam essa transição. Neste projeto, investiguei:
Como podemos tornar o ciclismo urbano mais seguro e atrativo para incentivar a diversificação do transporte urbano?
PROBLEMA
Excuídos, inseguros e invisíveis à dinâmica do trânsito
Os ciclistas que tentam fazer da bicicleta sua principal forma de locomoção, encontram muitas dificuldades em encontrar rotas seguras e em se sentirem incluídos, tanto na dinâmica da cidade quanto na comunidade de ciclistas.
Contudo, muito mais importante que isto, é necessário algo que ajude na coleta de dados sobre esses ciclistas, para que haja visibilidade de seus costumes e carências e, então, surgimento de soluções mais bem focadas aos seus pain points.
SOLUÇÃO
Conectar, personalizar
e coletar
Neste projeto idealizo um aplicativo que trace rotas personalizadas e que destaque, na rota do usuário, todas as informações necessárias para que ele seja amparado e não se sinta vulnerável na cidade. Além disso, um app em que ele possa se conectar com outros ciclistas por meio de desafios de comunidade e preenchimento de formulários opcionais para coletar dados sobre a utilização dos usuários e, assim, melhor incluí-los na logística de transporte da cidade.
PROCESSO
Definindo as etapas do projeto
Eu utilizei um modelo de Design Thinking de 5 etapas proposto pelo Instituto Hasso Plattner de Design da Universidade Stanford (a “d.school”). As etapas deste processo são:
DESK RESEARCH
A maioria dos ciclistas sentem falta de infraestrutura para pedalar mais
Por se tratar de um projeto com fins educacionais, esse levantamento inicial foi feito a partir de dados disponíveis na web, usando artigos jornalísticos, notícias e pesquisas.
Deixo aqui uma breve pincelada do panorama inicial dos ciclistas, utilizado para nortear o projeto, retirado da pesquisa nacional sobre mobilidade por bicicletas “Perfil do Ciclista Brasileiro 2021”:
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53% Têm entre 20 e 39 anos
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51.2% Usa a bicicleta como meio de transporte há menos de 5 anos
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72.5% Pedala 5 dias ou mais por semana
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Motivação para pedalar: 35.4% Rapidez e Praticidade | 30.5% Saúde
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Estímulos para pedalar mais: 55.6% Infraestrutura | 26.8% Segurança no trânsito
MUDANÇAS INICIAIS
Foco nos ciclistas, não nos micromodais!
A hipótese inicial deste projeto era a de que haveria uma forma de integrar as dificuldades de todos os micro modais em um só app com a premissa de que todos teriam um mesmo objetivo “se locomover de forma rápida, saudável, divertida e econômica pela cidade”.
Contudo, logo nas primeiras pesquisas, percebi que a maior dificuldade ao se pensar em soluções para estes grupos era a de achar estes usuários e informações sobre eles. Além disso, as comunidades dos demais modais eram extremamente difíceis de serem encontradas e, baseado nas poucas informações que consegui extrair delas, os micro modais ainda não faziam parte da principal forma de locomoção daqueles usuários. Tudo isto, somado as limitações que um projeto solo podem trazer, me fez constatar que:
O projeto precisava deixar de lado a ideia de trabalhar com TODOS os micro modais e se direcionar ao grupo que estava mais consolidado como meio de transporte urbano: os ciclistas.
USER RESEARCH
Formulário Quantitativo
A Desk Research me deu um panorâma muito bom sobre o meu tema, mas eu senti que precisava colher dados mais específicos para o meu tema. A pesquisa alcançou 10 usuários:
Idade: 40% Entre 20–30 anos / 30% Entre 31–40 anos
Localização Geográfica: 60% Sudeste / 20% Sul
Grau de utilização: 70% Bike como principal meio de transporte
HIGHLIGHTS:
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Maiores desafios:
1) Falta de infraestrutura adequada
2) Riscos de segurança no trânsito
3) Dificuldade em planejar rotas adequadas
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Função mais útil dos apps:
- 66,7% Sugestão de rotas
- 33,3% Integração com outros modos de transporte
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Comunidade de usuários: 55,6% Sente falta de fazer parte de uma
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Problema gostaria que um app resolvesse:
- 66,7% Rotas mais detalhadas para micromodais
- 55,6% Notícias e leis sobre micromodais
- 44,4% Conexão com a comunidade de micromodais
Entrevista de Profundidade
Após observar o baixo alcance da minha pesquisa qualitativa, senti a necessidade de ir ao “Parque da Mobilidade Urbana 2023”, onde obtive contato com 2 usuários ferrenhos das bicicletas como meio de transporte, que me possibilitou realizar as entrevistas:
ALGUMAS PERGUNTAS:
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Quais são os maiores desafios ou problemas que você enfrenta ao utilizar a bicicleta nas grandes cidades?
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Como você percebe a integração dos ciclistas com outros meios de transporte (por exemplo, transporte público, táxis, carros particulares)?
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Você utiliza algum aplicativo para te ajudar nas locomoções? Se sim, qual e como você o utiliza?
Descoberta Valiosa
Por meio dos entrevistados, conheci um dos responsáveis por criar o “Perfil do Ciclista Brasileiro 2021”, utilizado na minha Desk Research, e a iniciativa “Transporte Ativo”.
Ele, por sua vez, me apresentou o “Ciclomapa”, uma parceria da União dos Ciclistas do Brasil (UCB) com o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil).
O objetivo é de estimular o mapeamento colaborativo para aumentar a disponibilidade de dados georreferenciados de ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e calçadas compartilhadas.
Esse Ciclomapa, surgiu da necessidade de mapear a infraestrutura destinada às bicicletas, tanto para o conhecimento dos ciclistas quanto para o conhecimento do governo.
Existe uma carência enorme de mapear as infraestruturas cicloviárias da cidade e, apesar de haver o ciclomapa, ele não é muito prático pois não performa muito bem em versão mobile.
Não tem como pensar em soluções para os ciclistas se eles não são vistos e compreendidos.
INSIGHTS:
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Seja qual for a solução, precisa haver algo que continue incentivando os usuários a utilizarem esse app
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Os ciclistas sentem falta de algo que os ajude a localizar infraestuturas adequadas
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A parte mais importante para contribuir com o problema de infraestrutura é a coleta de informações para que seja possível pensar em soluções.
Principais Problemas
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Aderência a novas soluções
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Planejar rotas com infraestrutura adequada
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Falta de informações sobre os ciclistas
BENCHMARK
Soluções existentes no mercado
Tendo um bom panorama do problema em mãos, saí em busca de sites e aplicativos já existentes que pudessem oferecer alguma solução e, principalmente, entender seus erros e acertos para me gerar insights no meu projeto.
DEEP DIVE
Usuários
Com essa extensa pesquisa sobre o problema e contexto onde ele se insere, consegui definir uma persona que concentrasse as características principais dos meus usuários e, além disso, me aprofundar ainda mais em suas vivências com um Mapa de Empatia, a Jornada do Usuário e o Needs Statement:
PERSONA
JORNADA DO USUÁRIO
NEEDS STATEMENT
SOLUÇÕES
Estudando caminhos
Após me conectar com o meu usuário e suas dificuldades, fiz um Brainstorming de ideias para solucionar os problemas encontrados e elenquei neste Grid de Priorização as que pareciam mais promissoras.
Primeiro no papel
O processo abaixo começa com os esboços das minhas ideias de wireframes iniciais, depois passa para os protótipos de baixa fidelidade e, finalmente, para o protótipo de alta fidelidade.
Protótipo de baixa fidelidade
Baseado nos meus rascunhos iniciais, fiz um protótipo de baixa fidelidade para testar com 3 usuários e checar a funcionalidade das minhas ideias.
TAREFAS:
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Tarefa 1: Criar uma rota com baixo desnível para a “R. da Alegria”
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Tarefa 2: Participar do desafio de comunidade chamado “Fiscal Destemido”
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Tarefa 3: Preencher a nova pesquisa do Roda Respostas chamada “Olá olá, tudo bem?”
RESULTADOS:
Num geral os participantes ficaram satisfeitos com o fluxo do aplicativo, necessitando apenas de uma atenção a mais em duas tarefas:
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Tarefa 2: Funcionou, porém merece alguns acertos quanto a botões e densidade de informação
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Tarefa 3: Rever a localização da pesquisa para se tornar mais intuitiva e deixá-la menos densa para incentivar os usuários a preenche-la.
Iterações
A partir dos resultados dos testes com usuários, realizei as iterações necessárias e fiz um novo protótipo para testes com outros 2 usuários.
DESIGN FINAL
Protótipo de alta fidelidade
Após o segundo teste, fiz leves iterações em alguns detalhes e segui para o design final do meu projeto:
Utilizei cores e fontes que criassem um universo moderno, esportista e saudável. Se atentando a não utilizar muito os tons laranjas pra fugir da linguagem do aplicativo Strava e criar uma memória visual completamente diferente da solução que já existe no mercado.
REFLECT & GROW
Aprendizados do projeto
Ao realizar esse projeto eu aprendia a importância de realmente entrar em contato com os usuários e reunir o máximo de informações sobre eles. Infelizmente, por se tratar de um projeto acadêmico, não pude aprofundar ou testá-lo na prática e ver sua performance.
Além disso, precisei seguir as etapas que me foram exigidas pelo curso e acredito que isto acabou trazendo ruídos ao meu projeto. Portanto, em projetos futuros serei ainda mais atenta aos workflows e técnicas de User Research.
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